...


Só o incompreensível é infinito..

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

senhora sem hora


Meus olhos ainda se abriam quando eu percebi que estavam embaçados. Pisquei umas 5 vezes ligeiramente até conseguir me acostumar e me dar conta de que não voltariam ao normal tão repentinamente. É como se eu tivesse pego num sono profundo e os apoiados no braço ou em algo parecido.
Não me lembrei de nada, nem sei porque ainda estou deitada aqui, tão silenciosa que deu pra sentir a frieza desse quarto calado.
Começo a ouvir alguém chorar. Na verdade são várias pessoas, como se estivessem se lamentando de algo.
Sinto-me fraca e pequena, pensamento confuso, meu coração parece estar cansado do meu corpo, aos poucos minha pulsação vai ficando leve.
Pensamentos e lembranças acabam de tomar conta da minha cabeça. Me sinto cansada, preciso descansar. Uma certeza invade meu cansaço e eu consigo sentir uma voz dizendo que vou morrer. ''morrer'', eu sorri. Sempre tive medo de morrer. Mas sentindo a morte de perto percebo que ela não é tão ruim.
Não cheguei a me importar com o porque, pois a morte me pareceu indolor. Ouvi um poeta dizer que morrer não dói. Então não importa como, ninguém sofre quando estar morrendo, e nem com a morte, porque a morte é a nossa última paz, para alguns ela é sua unica paz. Eterna ou não é a paz verdadeira.
Minhas mãos estão quentes, meu corpo relaxado, Meus olhos tremem e minha visão vai ficando escura, em fim eles se fecham e ali eu acabo para talvez começar novamente.
Se morri, morri em paz, pois morri conversando com Deus.

2 comentários:

  1. muuito interessante esse . como se fosse uma experiencia

    ResponderExcluir
  2. Muito bacana esse texto.

    Obrigada pelo carinho.
    Estou retribuindo.
    Bjim *.*

    ResponderExcluir

oque achas ?!