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Só o incompreensível é infinito..

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dois corações



Meu modo de pensar, sempre realista e frio, poucas vezes sentimentalista, por isso me cegavam de diversas formas. Concentração era algo que faltava na minha rotina, e parecia que iria faltar por um tempo. Preferi ficar um tempo comigo mesma, tentando achar a concentração.
Quando falam pra mim a palavra 'coração' eu imagino um órgão muscular oco que bombeia o sangue de forma que circule no corpo. Sempre que me apaixonava por alguém dizia que essa pessoa estava guardada nos meus pensamentos.
Na verdade nunca entendi o que era esse tal 'coração' que as pessoas tanto falavam, também nunca entendi porque davam tanta importancia a ele, se não era ele que te mantia viva e sim o coração formado por músculo e artérias. Eu pensava dessa forma ou até mais fria do que se possa imaginar.
Uma vez quando ele vinha na minha direção, comece a suar, e sentia como se algo surgisse no meio do peito, conseguia sentir a pulsação devagar e reparei que elas acompanhavam cada passo dado por ele.
Depois daquele dia comecei a senti-lo sempre que o via, parecia que ele só despertava com a sua presença, esse meu coração dependia de nós dois, sentia cada facada dada, mas também cada alegria. Eu podia sim dizer o que era, porque agora entendia sobre esse 'coração' que todas as pessoas tanto me falavam.
Ele também tem artérias e músculos, bombeia toda a felicidade e é estimulado por quem te faz feliz, faz você ter facilidade para rir e viver mais intensamente, mas algo que poucas pessoas sabem é que se você olhar bem no fundo dos olhos da pessoa que te deu o coração, você consegue ve-lo refletido dentro deles, como se também fizessem parte dela.
Hoje eu digo que tenho dois corações, um que me mantém viva e o outro que me faz viver a vida.

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